Ofertas, para início de conversa

Ainda no mesmo tema, voltemos a questão de sacrifícios. Havia concluído que sacrifício seria todo esforço empregado por nós para que o Nosso Senhor Jesus Cristo seja visto em nós e sua Palavra seja levada a todos. Isso inclui também dedicar nossos recursos financeiros, ou seja, dinheiro. A Bíblia Sagrada chama este dinheiro dedicado à Deus de oferta. Portanto, a prática de pedir e dar ofertas é legítimo, mas há tantas considerações a serem feitas sobre ofertas que não conseguirei concluir tudo nesta postagem, mas vou iniciar o debate.

Primeiramente, eu não dou oferta esperando ser abençoado pelo meu ato de generosidade, até porque se espero ser abençoado, tal ato não foi de generosidade, foi de interesse (dou oferta porque Deus vai me dar dobrado ou para vencer na vida financeira, por exemplo). Nem dou oferta por obrigação religiosa (dou ofertas porque a lei diz que tenho que dar, estou roubando a Deus, o mal vai me pegar se eu não der, por exemplo).

Então, para que dou ofertas? A primeira resposta é dar condições para que o evangelho de Jesus chegue a todos, patrocinando pessoas, pagando despesas, comprando coisas, tornando possível iniciativas que glorifiquem o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. É o que comumente se chama sustentar a obra de Deus.

A segunda resposta é dividir o pão. É olhar para o meu próximo e ajudá-lo na sua necessidade. Eu pego do que eu tenho e reparto com quem não tem. Amor ao próximo passa por isso. Como posso dizer que amo meu próximo se o vejo passando fome e não faço nada? Se o vejo necessitado de algo e não o auxilio inclusive com dinheiro? Vivemos num mundo injusto, poucas pessoas tem muito, algumas mais tem alguma coisa e a maioria não tem nada ou quase nada. Nós criamos esse mundo. Então eu dou oferta para repartir do que tenho com alguém que tem falta. E quanto maior for a minha disposição em dar ofertas, mais pessoas posso alcançar e ajudar.

Falando disso, lembrei-me de um filme extraordinário chamado "A lista de Schindler". Quando acaba a Segunda Guerra Mundial, milhares de judeus haviam sido assassinados e Oscar Schindler havia empenhado muito dinheiro numa fábrica que ele estabeleceu para empregar judeus, salvando-os da morte. Ele literalmente comprava a vida deles. E ao invés dele estar feliz pela vida dos que salvou, ele chora pelas vidas que ele não pôde salvar, ele pensa que poderia ter feito muito mais, poderia ter gastado muito mais dinheiro, poderia ter salvado muito mais vidas. Peço a Deus que meu coração seja como o deste homem, disposto a gastar mais, fazer mais, sempre mais pela causa de Jesus Cristo, pelas pessoas, pelo Reino de Deus, para a glória de Deus.

Comentários

  1. Com Deus, não se negocia. Mas, somos pecadores e nossos caminhos são imprecisos. Por isso, muitas vezes o povo de Deus sente-se capaz de negociar. E Deus nos olha e diz: "Meus filhinhos, o que vocês podem me dar que eu não tenha dado antes?" Vemos isso acontecendo muitas vezes no Antigo Testamento. Aconteceu mesmo na igreja primitiva (quantos "puxões de orelha" existem nas cartas apostólicas?) Ocorreu em muitas outras comunidades posteriores.
    Agora, uma questão: se com Deus não se negocia, para que servem as ofertas? O sacrifício? A oração de petição?

    Antônio Moreira

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