Eu também estou cansado do que nos tornamos

Acabei de ler esta mensagem na seção Palavra do Leitor, do site da revista Ultimato. É um desabafo de alguém que está cansado do que a igreja evangélica brasileira e os crentes se tornaram. Inclusive ele. Inclusive eu. Não tenho como não fazer coro com este irmão, por isso transcrevo seu texto abaixo.

Cansado de Crente! 
(http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/cansado-de-crente
Ando cansado de crente, das conversas de crente, das igrejas dos crentes, até da cara dos crentes. Sabe por que? Por que também sou um, e a cada dia que passa me revolvo no desespero de que a apatia que nos petrificou, parece inquebrável. Me assombra a possibilidade de um futuro em que eu, serei só mais um dentre a massa gospel a se ludibriar com as vaidades deste sistema corrompido, abominável. 
Me pergunto: o que fazer? Até quando nos calaremos diante da injustiça e da maldade que nos assola, até quando o homicídio, o estupro, a pedofilia, o egoísmo, a avareza, a prostituição, a mentira, a fofoca, a desigualdade social, o caos na saúde e educação pública vai ser algo normal pra nós ditos cristãos? Até quando nos calaremos? Por que consetimos com tudo isso? Na esperança de ser classe "dominante" e não dominada? na perspectiva de ter mais dinheiro pra ir ao Shopping Center? 
Alguém me ajuda, me explica como posso me alegrar em ser "cabeça e não cauda", enquanto vejo mães catado seu alimento nos lixões? Como posso me alegrar por ser são, se meu próximo está morrendo na fila á espera de um atendimento médico? 
To cansado da minha, da nossa apatia como igreja, e não vejo como lutar contra isso, parece um caminho sem volta, estamos morrendo como igreja e parece que tudo está normal. Será que o problema está na minha visão? Será que sou eu quem é pessimista demais? 
Cansei de crente e do nosso papinho vazio, não somos solução pra ninguem, apenas uma alternativa religiosa. Mas acho que podemos mudar isso, ainda num sei como, nem quero alternativas simplistas. Espero que Deus tenha misericórdia de nós, começando por mim, o mais miserável, mais pecador, mais apático. Que Deus nos abençoe! 
Lucas Gomes
Teresina - PI

Esse texto me faz lembrar a parábola do fariseu e do publicano, contada por Jesus:

"Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
 O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
 Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
 O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado." (Lucas 18:10-14)

Que oração temos feito? A do fariseu ou a do publicano? Porque muitos de nós queria mesmo é poder fazer a seguinte oração:

"Senhor graças Te dou porque sou abençoado, tenho saúde, paz, prosperidade... tudo isso porque sou fiel a Ti e tenho uma fé grande, sou um escolhido Teu, um eleito... não sou como os demais homens, pobres homens, que precisam de Ti, que não têm fé e por isso sofrem. Mas isso acontece para que seja visto a diferença entre o justo e o perverso. Tenha misericórdia deles!"

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