A importância da teologia

O ano de 2011 começou e eu tenho dado graças ao Senhor por muitas coisas boas que têm acontecido em minha vida. E uma delas é o curso de teologia que, finalmente, vou começar a fazer. De certo modo, neste blog, já venho "teologando". Mas esse curso, se Deus quiser, vai ainda mais abençoar na Caminhada, ajudando-me a servir ao Senhor com todo o conhecimento que receberei e, no devido tempo, transmitirei e abençoarei pessoas, esse é o meu desejo. Assim, chegou a hora de escrever o que penso sobre a importância da teologia e de dar meu testemunho sobre o bem que a teologia tem feito em minha vida.

A teologia é o estudo sobre Deus. Não que possamos estudar Deus ou que Ele seja objeto de estudo, mas é o estudo a respeito de tudo o que Deus revelou ao homem e que está registrado na Bíblia Sagrada. Uma das premissas da teologia é que o homem só conhece de Deus aquilo que o próprio Deus revelou sobre si e sobre nós mesmos. Deus revelou, deu-se a conhecer, fez-nos saber. E a Bíblia é a fonte desta revelação de Deus. A partir desta premissa, podemos estudar e aprender.

Nossos líderes nos ensinam que devemos ler a Bíblia diarimente, é uma rotina espiritual necessária para cultivarmos um relacionamento com Deus, que Deus fala conosco pela Sua Palavra. E isto é verdade! Porém, quantos de nós realmente compreendem o que Deus quer dizer pra nós? Estamos acostumados a ler a Bíblia com a expectativa de que Deus vai me mostrar algo que eu preciso fazer ou saber sobre minha própria vida. Tentamos trazer tudo para nossas próprias realidades e encaixar o que estamos lendo com nossas necessidades e até mesmo conveniências. E é por causa disso, na minha opinião, que começam a surgir as mais diversas interpretações e doutrinas, que nos deixam ainda mais confusos sobre as verdades bíblicas. É por causa disso que muitos de nós fomos e somos levados a crer em coisas que a Bíblia não ensina, de fato.

Não estou querendo dizer que a Bíblia não tenha essa dimensão de nos mostrar realidades pessoais, isso acontece e Deus fala mesmo conosco. Porém, para conhecermos a Verdade, a Revelação que Deus nos fez saber, precisamos mergulhar muitas vezes na História, conhecer e entender como eram os povos antigos, seus costumes, no que criam, em que circunstâncias viveram, o contexto de suas experiências com Deus e com outros deuses. Israel não viveu alheio ao mundo, era influenciado pelas realidades da época. Assim sendo, muitas passagens bíblicas começam a ganhar o sentido real que possuem, pois retratam a vida de um povo que vivia em guerras por território (ainda hoje vivem), que venceu e perdeu batalhas, que se alegrou e sofreu. E Deus andou com este povo, falou para este povo através de profetas, se alegrou e sofreu com e por este povo, até que se fez visível a este povo em Jesus Cristo, o Messias prometido a este povo e a todas as nações deste mundo. E em Jesus, conhecemos Deus de maneira jamais percebida por nenhum homem, sacerdote ou profeta que fosse. Ele deu interpretação singular à lei: amar a Deus e amar ao próximo como a ti mesmo, inclusive os inimigos, em pleno domínio do Império Romano (os inimigos da época) na Idade Antiga. E os apóstolos levaram essa verdade a todos os povos, foram perseguidos e mortos pelo mesmo Império que séculos mais tarde os elevou ao status de santos mártires (São Pedro, São João, São Paulo...). A Bíblia termina e a teologia continua com a Igreja Católica na Idade Média, a Reforma Protestante na Idade Moderna até os dias de hoje, estudando e explicando a Revelação de Deus através dos tempos.

Precisamos mergulhar na Filosofia, na Sociologia, na Antropologia, entre outras e perceber que os anseios e a realidade humana desde a Antiguidade até hoje ainda são os mesmos: a opressão do mais forte sobre o mais fraco, o clamor dos oprimidos, a busca por prazeres e poder, os porquês do sofrimento, da injustiça, do triunfo do mal sobre o bem, da busca pela vida eterna e de Deus. Assim, compreendemos tantos fenômenos sociais e religiosos que acontecem hoje, percebemos que as histórias se repetem, as perguntas são as mesmas e ainda sem as respostas para a maioria delas.

Com esse olhar é possível compreender a Bíblia Sagrada, perceber Deus, conhecer Seu caráter e Sua vontade. É possível nos desvencilhar dos enganos e dos falsos profetas. Ainda sim, muitas dúvidas permanecem e outras surgirão. Mas poderemos seguir da melhor maneira que nos for possível, confiando que o Espírito Santo nos conduzirá a toda a Verdade.

Com esse olhar, minha fé tem sido refeita, minha releitura da Bíblia tem sido mais saudável e minha relação com o Deus da Bíblia tem ultrapassado as expectativas de vitórias e satisfações pessoais, em detrimento do propósito eterno de Deus, para qual todos nós fomos predestinados: ser imagem e semelhança do Deus Vivo, perdida em Adão, mas resgatada em Jesus Cristo. Glória pra sempre!

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