A caridade
Frequento o meio evangélico há 24 anos e já ouvi muita coisa. Coisas boas que abençoaram minha vida e besteiras que me impediram em avançar na direção de Cristo. Uma delas se refere à caridade.
A caridade é prática de toda religião que se diz do bem e que diz anunciar Deus. Porque é uma expressão de bondade, generosidade, solidariedade, fraternidade, amor. Ou pelo menos deveria ser expressão dessas coisas, o que às vezes não é de fato. Digo isso porque muitos praticam caridade por motivos diversos, dentre os quais uma evolução espiritual, o abatimento do imposto de renda, troca por votos e até estratégia para se ganhar almas para Jesus.
Esse último que citei é o motivo típico do nosso meio evangélico. Quer dizer, se você for ajudar algum necessitado, dar-lhe comida, bebida, vesti-lo, enfim, assisti-lo de alguma forma, faça isso para que você possa falar de Jesus para ele. Que aquele prato de comida vai acabar mas que Jesus tem muito mais pra dar e é só ele aceitá-lo. Que aquela situação de necessidade só está acontecendo porque a pessoa não teve um encontro com Deus, que Jesus vai dar vitória, etc. A propósito, esse tipo de discurso tem êxito porque vivemos num país onde existem muitos necessitados e falar de um Deus que soluciona problemas é dar um tiro certeiro nas expectativas dessas pessoas. Mas isso é outro assunto, por ora me limito a esse comentário.
Usar de caridade para falar de Jesus é uma boa coisa, convenhamos. Afinal, nosso desejo é que as pessoas O conheçam e se convertam a Ele. Mas ajudar um necessitado não pode, não deve ser um ato de segundas intenções. Tem que ser um ato de compaixão, de amor ao próximo.
Há quem diga que o falar de Jesus já é em si um ato de amor ao próximo, mais importante do que fazer caridade, pois trata da salvação. Concordo, considerando o entendimento de que Cristo é meu maior tesouro e que até mesmo comida e bebida, necessidades básicas, não é mais importante que Cristo. Mas o mesmo amor que me move a falar de Jesus não deveria ser o mesmo amor que me move a ter compaixão e ajudar? Se tenho um filho e ele está com fome, eu dou comida a ele com intenção de falar de Cristo pra ele? É o amor e a compaixão que nos movem a ajudar nossos entes queridos, então é o que devem nos mover a fazer o mesmo por quem precisa.
Infelizmente já ouvi coisa pior. Nesse mesmo raciocínio de que falar de Jesus é o mais importante, igrejas ensinam que a oferta que você dá na igreja é mais importante do que se você a usasse para dar aos pobres, para ajudar um necessitado. Porque a oferta que você dá na igreja será empregada na evangelização das pessoas e isso é o mais importante. E para defender isso já vi alguém chegar ao cúmulo de citar João 12:3-8, onde Jesus é ungido por Maria com um bálsamo caríssimo e Judas questiona se não era melhor vender aquele bálsamo e dar aos pobres e Jesus o repreende por falar isso. Aquele perfume seria usado mais tarde para enbalsamar o corpo de Cristo depois de morto na cruz, tinha um propósito específico. E Judas não estava nem um pouco preocupado com os pobres, queria mesmo era reter para si parte do que se arrecadasse com a venda do perfume. Quer dizer, o sujeito lê esse texto e diz que melhor é você ofertar para Jesus, na igreja, do que usar aquela oferta para fazer caridade. Vai ver é para fazer como Judas, apesar do discurso ao contrário, é melhor dar para Jesus do que para os pobres, a intenção é a mesma: destinar parte da oferta em benefício próprio. Parte, porque senão fica descarado demais, tem que mostrar que a oferta (ou parte dela) foi usada na evangelização das pessoas.
Aliás, no que diz respeito a ofertas, sonho em ver igrejas utilizando mais suas ofertas para ações sociais e menos para o som ou a banda, mais para ajudar os necessitados de sua igreja e de sua vizinhança e menos com a beleza do templo. Mais com caridade e menos com as despesas do templo. Então veremos a glória de Deus no cumprimento de seu mandamento: Amarás a teu próximo como a ti mesmo.
A caridade é prática de toda religião que se diz do bem e que diz anunciar Deus. Porque é uma expressão de bondade, generosidade, solidariedade, fraternidade, amor. Ou pelo menos deveria ser expressão dessas coisas, o que às vezes não é de fato. Digo isso porque muitos praticam caridade por motivos diversos, dentre os quais uma evolução espiritual, o abatimento do imposto de renda, troca por votos e até estratégia para se ganhar almas para Jesus.
Esse último que citei é o motivo típico do nosso meio evangélico. Quer dizer, se você for ajudar algum necessitado, dar-lhe comida, bebida, vesti-lo, enfim, assisti-lo de alguma forma, faça isso para que você possa falar de Jesus para ele. Que aquele prato de comida vai acabar mas que Jesus tem muito mais pra dar e é só ele aceitá-lo. Que aquela situação de necessidade só está acontecendo porque a pessoa não teve um encontro com Deus, que Jesus vai dar vitória, etc. A propósito, esse tipo de discurso tem êxito porque vivemos num país onde existem muitos necessitados e falar de um Deus que soluciona problemas é dar um tiro certeiro nas expectativas dessas pessoas. Mas isso é outro assunto, por ora me limito a esse comentário.
Usar de caridade para falar de Jesus é uma boa coisa, convenhamos. Afinal, nosso desejo é que as pessoas O conheçam e se convertam a Ele. Mas ajudar um necessitado não pode, não deve ser um ato de segundas intenções. Tem que ser um ato de compaixão, de amor ao próximo.
Há quem diga que o falar de Jesus já é em si um ato de amor ao próximo, mais importante do que fazer caridade, pois trata da salvação. Concordo, considerando o entendimento de que Cristo é meu maior tesouro e que até mesmo comida e bebida, necessidades básicas, não é mais importante que Cristo. Mas o mesmo amor que me move a falar de Jesus não deveria ser o mesmo amor que me move a ter compaixão e ajudar? Se tenho um filho e ele está com fome, eu dou comida a ele com intenção de falar de Cristo pra ele? É o amor e a compaixão que nos movem a ajudar nossos entes queridos, então é o que devem nos mover a fazer o mesmo por quem precisa.
Infelizmente já ouvi coisa pior. Nesse mesmo raciocínio de que falar de Jesus é o mais importante, igrejas ensinam que a oferta que você dá na igreja é mais importante do que se você a usasse para dar aos pobres, para ajudar um necessitado. Porque a oferta que você dá na igreja será empregada na evangelização das pessoas e isso é o mais importante. E para defender isso já vi alguém chegar ao cúmulo de citar João 12:3-8, onde Jesus é ungido por Maria com um bálsamo caríssimo e Judas questiona se não era melhor vender aquele bálsamo e dar aos pobres e Jesus o repreende por falar isso. Aquele perfume seria usado mais tarde para enbalsamar o corpo de Cristo depois de morto na cruz, tinha um propósito específico. E Judas não estava nem um pouco preocupado com os pobres, queria mesmo era reter para si parte do que se arrecadasse com a venda do perfume. Quer dizer, o sujeito lê esse texto e diz que melhor é você ofertar para Jesus, na igreja, do que usar aquela oferta para fazer caridade. Vai ver é para fazer como Judas, apesar do discurso ao contrário, é melhor dar para Jesus do que para os pobres, a intenção é a mesma: destinar parte da oferta em benefício próprio. Parte, porque senão fica descarado demais, tem que mostrar que a oferta (ou parte dela) foi usada na evangelização das pessoas.
Aliás, no que diz respeito a ofertas, sonho em ver igrejas utilizando mais suas ofertas para ações sociais e menos para o som ou a banda, mais para ajudar os necessitados de sua igreja e de sua vizinhança e menos com a beleza do templo. Mais com caridade e menos com as despesas do templo. Então veremos a glória de Deus no cumprimento de seu mandamento: Amarás a teu próximo como a ti mesmo.
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