Sustentando a obra de Deus

Como havia dito, temos muito o que refletir sobre ofertas, esse é a terceira postagem sobre o assunto, não quero desviar da linha de raciocínio que construí até agora. Vamos considerar agora uma outra finalidade das ofertas que é o sustento da obra de Deus, ou seja, o pagamento das despesas da igreja, a compra de utensílios, a remuneração das pessoas envolvidas na obra, enfim, toda a logística envolvida na manutenção de uma igreja.

Em primeiro lugar me parece legítima esta finalidade, inclusive citei anteriormente que o apóstolo Paulo recebia dos cristãos recursos para que pudesse dar continuidade ao seu ministério como exemplo. Entretanto, quando os apóstolos começaram a pregar o evangelho, não havia um local específico para a realização de cultos, templos destinados para este fim. Muitos anos mais tarde, a igreja passou a ser também o templo e, assim, a necessidade de destinar recursos para manter o templo se fez necessário.

O que quero dizer com isso é que antes dos templos, já existiam as ofertas e elas eram destinadas ao suprimentos das necessidades da comunidade cristã. Com a criação dos templos religiosos, parte dessas ofertas precisou ser empregada na manutenção dos templos. O que me faz pensar que criamos uma despesa extra e que deixamos de empregar parte da oferta naquilo que é mais importante: nas pessoas necessitadas. Não sou contra a existência dos templos, é o local onde a comunidade cristã se reúne, ora, louva a Deus, medita na Palavra, vive em comunhão. Mas, na minha opinião, temos que gastar o estritamente necessário na igreja-templo e continuar fazendo com que o máximo possível de oferta continue sendo destinada a igreja-comunidade-necessitados. Não estou de acordo com templos faraônicos, feitos de pedras preciosas, com utensílios caríssimos, ostentações e exageros. Entendo que o templo deve ter conforto, ser acolhedor, limpo, ter boa aparência, que se gaste um pouco mais para isso, mas não precisa ser um templo de Salomão. O templo não deveria ser dispendioso, pois esse dinheiro provavelmente deixou de atender alguém, poderia ter se transformado na comida de um faminto ou nas vestes de um desamparado.

Há quem diga que o templo tem que ser grandioso, luxuoso, pois é feito para Deus, templo da glória de Deus, como o templo construído por Davi e terminado por Salomão. Irmãos, o padrão a ser seguido é Cristo e não Davi ou Salomão. Deus ainda não havia sido revelado de maneira tão plena em Jesus Cristo e sua vontade ainda não era bem compreendida, portanto. O santuário de Deus não é mais o templo e sim cada um de nós que somos dEle. "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (1 Corintios 6:19)

Deixo as palavras ditas por Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, segundo a Bíblia, participante da obra de Deus juntamente com os apóstolos, no discurso de sua defesa perante o sumo sacerdote e os judeus. Ele foi apedrejado por ter dito, dentre outras coisas, o que cito abaixo:

"Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta:
 O céu é o meu trono, E a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso?
 Porventura não fez a minha mão todas estas coisas?
 Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais.
 A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas;
 Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes." (Atos 7:48-53)

Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Ele quer habitar em cada um de nós. Portanto, o investimento tem que ser no verdadeiro templo, ou seja, no ser humano.

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